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CNDL DIVULGA PESQUISA COM O PANORAMA DO COMÉRCIO DO MÊS DE JUNHO
21/06/2024
CNDL DIVULGA PESQUISA COM O PANORAMA DO COMÉRCIO DO MÊS DE JUNHO

Pesquisa analisa números da macroeconomia do país. Índice inflacionário é destacado como fator preocupante, enquanto famílias sinalizam com a intenção de aumento de consumo, colocando pressão na inflação.

 

                A CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas), instituição do qual a ACISSP/CDL (Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços de São Sebastião do Paraíso) integra, divulga mensalmente um documento intitulado de Panorama do Comércio. Nele constam análises dos principais índices da macroeconomia brasileira, índices de inflação, taxa de juros, índice de endividamento e de crédito no país. A partir dessas informações são feitas análises sobre o momento econômico atual do Brasil.

                O documento aponta que, depois de um início de ano promissor, o segundo trimestre trouxe incertezas sobre o crescimento econômico do ano e o movimento do comércio em geral.

Os dados do PIB do 1º trimestre confirmaram o dinamismo da economia brasileira notado ao longo dos primeiros meses do ano. O Produto Interno Bruto cresceu 0,8% na comparação com o último trimestre de 2023, com destaque para o comércio, que vinha apresentando resultados positivos de vendas. O índice do setor cresceu 3,0% na comparação entre os dois últimos trimestres.

Esses dados chegam, no entanto, em um momento de reversão das expectativas, diante do desafio de convergência da inflação para a meta. Antes otimistas, autoridades monetárias das economias desenvolvidas pregam cautela na redução dos juros por entenderem que ainda há risco de aceleração dos preços. Na última reunião do COPOM, esse risco fez com que a taca referencial de juros fosse mantida em 10,5% ao ano.

Como se sabe, a redução dos juros é um dos vetores de estímulo ao consumo e à economia. Por esse motivo, é também um anseio dos setores produtivos, sobretudo do nosso comércio, e dos consumidores. Um caminho para possibilitar uma trajetória mais longa de queda dos juros seria o esperado ajuste fiscal, ora em discussão e objeto de incertezas.

O compromisso com as metas fiscais ajudaria a sustentar as boas notícias que, apesar do revés inflacionário, ainda estão destacadas neste Panorama, entre as quais: melhora na intenção de consumo das famílias, recuperação da renda e queda do endividamento. O Panorama também destaca a desaceleração do fenômeno da inadimplência e os resultados do Programa Desenrola Brasil, agora voltado aos pequenos negócios.

Há pouca margem de ação diante dos choques inflacionários vindos de eventos extremos, como as enchentes e da conjuntura econômica externa. Mas há o caminho do alinhamento de objetivos entre as políticas fiscal e monetária como bússola para atravessarmos mais um momento de turbulência e incerteza.

 

VENDAS DO COMÉRCIO

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o volume de vendas do comércio varejista avançou 0,9% na comparação entre abril de 2024 e o mês anterior. Já as vendas do varejo ampliado– segmentação que inclui atividades comerciais mais específicas, como a vendas de veículos, peças, materiais para construção, entre outras – registrou uma queda de 1,0% na mesma base de comparação.

No acumulado do ano, que compara as vendas de janeiro a abril de 2024 com o mesmo período de 2023, observa-se um avanço expressivo nas duas segmentações, mesmo com o recuo do varejo ampliado na visão mensal. Pela série histórica do volume de vendas do comércio varejista, observa-se que as vendas alcançaram um novo recorde, ligeiramente acima do recorde anterior.

A grande questão é o que virá pela frente, com as incertezas que começam a se desenhar sobre a trajetória da inflação e dos juros. O Indicador de Confiança do Comércio, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), captou uma queda no sentimento de otimismo dos empresários do setor em maio, depois de dois meses consecutivos de alta.

 

PRODUTO INTERNO BRUTO

 

O IBGE divulgou o resultado do Produto Interno Bruto do 1º trimestre de 2024. De acordo com o Instituto, o PIB cresceu 0,8% na comparação trimestral, isto é, entre o 1º trimestre de 2024 e o 4º trimestre de 2023. O desempenho ficou acima do projetado pelos analistas de mercado. Com isso, no acumulado dos últimos quatro trimestres encerrados em março de 2024, o PIB apresenta alta de 2,5%.

A abertura dos dados pela ótica da produção mostra que o PIB do setor Agropecuário registrou o maior avanço na comparação trimestral, com alta de 11,3%. O setor de serviços, por sua vez, notou alta de 1,4%, sendo que o PIB do comércio, computado como parte desse setor, notou crescimento de 3,0%.

O gráfico da Evolução do PIB foi construído com um número índice que considera o PIB Total e o PIB do Comércio do 1º trimestre de 2019 igual a 100. Observa-se que, desde então, o PIB do comércio apresentou maior oscilação, mas registra um crescimento ao longo desse período muito próximo do observado no PIB Total.

Além disso, o patamar atual do PIB situa-se acima do observado antes da pandemia. Por fim, a projeção de crescimento do PIB para 2024 é de 2,05%, de acordo com o Boletim Focus.

 

INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA

 

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,5% em maio de 2024, na comparação com o mês imediatamente anterior. O resultado veio acima do projetado pelos analistas de mercado. Medido pelo IBGE, o IPCA é o índice oficial de inflação do país.

No acumulado de 12 meses, a inflação foi de 3,9%, acima do observado no acumulado dos 12 meses encerrados em abril e da meta de inflação para 2024, fixada em 3,0%. Isso mostra uma aceleração do ritmo de crescimento dos preços. Considerando apenas os serviços, a inflação foi de 5,1% no acumulado de 12 meses, também acima do verificado no mês anterior.

Os dados mais recentes sobre a evolução dos preços, impactou a decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM) sobre a taxa SELIC. A reunião realizada nos dias 18 e 19 de junho manteve a taxa em 10,5% aio ano, como previa a maior parte dos analistas. A repercussão e as incertezas sobre a inflação global e a inflação brasileira pesaram na decisão.

Além disso, o cenário também impacta as projeções para a SELIC em dezembro de 2024. De acordo com sondagem feita pela FEBRABAN, 38,9% das instituições financeiras ouvidas acreditam que a taxa encerrará o ano acima de 10%.

 

INADIMPLÊNCIA DA PESSOA FÍSICA

 

Lançado em julho de 2023, o Desenrola Brasil foi um programa voltado para reduzir a inadimplência no país. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Fazenda, até a última fase do programa, encerrada em maio de 2024, 15,6 milhões de brasileiros saíram das bases de negativados através do Programa. No total, o valor baixado ou renegociado foi de R$53,1bilhões.

Os dados por setor mostram que o segmento de serviços financeirOs liderou o ranking de renegociação, com um valor de R$ 11,1 bilhões. O comércio aparece em terceiro lugar, com a renegociação de R$ 1 bilhão. Isso ajuda a explicar a desaceleração do avanço da inadimplência observada nos Indicadores da CNDL e do SPC Brasil.

Em maio de 2024, o número de consumidores inadimplentes ficou praticamente estável, com variação de 0,04% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Mesmo nos meses anteriores, o ritmo de crescimento foi menor do que o observado em 2023. Por fim, o indicador mostra que 41,8% da população adulta está negativada no país, o que equivale a 68,76 milhões.

 

MERCADO DE TRABALHO

 

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) mostram que o mercado de trabalho segue aquecido. Em abril de 2024, no conjunto de todos os setores, 240 mil vagas formais de emprego foram criadas.

No setor do comércio, 27.272 vagas foram criadas em abril. Ampliando o horizonte de análise, no acumulado de janeiro a abril de 2024, 958.452 vagas formais foram criadas no conjunto de todos os setores e 42.983 vagas foram criadas no comércio. Esses números representam o saldo de vagas em um dado período. Analisando o estoque de empregos, independente da data de criação, observa-se um total de 46,5 milhões de empregos formais no país em abril de 2024. Para comparação, em abril de 2023, esse estoque era de 44,8 milhões. O impulso à criação de vagas formais é reflexo da reforma trabalhista aprovada em 2017 e contribui para a queda do desemprego e rematada da renda real.

 

O levantamento ainda traz os dados referentes ao crédito, termômetro do consumidor, cenário da inadimplência e resume os principais projetos de lei e medidas provisórias em tramitação no Congresso Nacional e que podem impactar diretamente no setor produtivo brasileiro.

Os interessados em ter acesso ao relatório, podem o solicitar diretamente à ACISSP/CDL através do WhatsApp (35) 3539-4400 ou fazer o download no site: acissp.com.br.

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